Caminho das Pedras

Friday, July 14, 2006

Uma estória factível

É apenas mais um texto literário que criei, baseado na estória vivida por alguém próximo. Mas poderia, sim, ser verdade...

"Apaixono-me pelo teu jeito de ser, apaixono-me pelo teu jeito de olhar. De repente vejo te diferente do que um dia já foste pra mim. E já não vislumbro uma tarde sem a tua presença, nem que seja em pensamento.
Posso parecer um apaixonado bobo. Mas o que é a vida sem estes arroubos de emoções? O que seríamos de nós se não fossem esses momentos fugidios (?) de esperança no futuro?
Contudo, agora já não adianta elocubrar. “O circo está armado”, como diriam uns. E já me vejo enovelado em uma estória da qual participo expectante sofrendo ações advindas de dentro de mim mesmo. Ações essas que já não lembrava ou talvez nem imaginava existirem mais.
Porém, infelizmente, nada disso é certo ou justo. Só me pergunto por que me sentir desta forma justamente agora. Por quê apareceste em minha vida neste justo momento? Estarei eu cego das razões? Deixando-me levar por pensamentos pueris? Será um momento de fraqueza que levará a um fortalecimento posterior? Desejo eu que sim, pois não quero nem desejo machucar a quem quer que seja.
Pois agora, o pior de tudo é que já te sinto também envolvida nas minhas emoções. É inevitável externar a alegria que me dá ao ver teu sorriso ou ouvir teu “bom dia”. É como se abrisse uma porta para dentro de mim. E tu já viste a porta aberta.
Creio que também não te sentes bem por saber ser indevida a nossa felicidade. Lutamos juntos e individualmente contra nós mesmos. Mas que luta injusta, eu diria! Como lutar contra emoções que cegam nossos olhos? O prazer de estarmos juntos é superior a qualquer pecado.
Mas já não é hora de pensar nisso. Quem sabe a distância que se faz iminente se encarrega de levar, assim como o vento, todo e qualquer resquício do que possa ter havido. E reste apenas uma doce lembrança. Que sigamos nossos caminhos já escolhidos e predestinados, pois não podemos passar por cima daquilo que já é. Quem sabe no futuro, em outra vida talvez, nos reencontremos em situação diversa que nos permita viver aquilo que tanto tentamos abafar agora. Se persistir, se sobreviver, certamente estaremos aptos a desfrutar da nossa companhia.
Até lá, mantenhamos a nossa cabeça em riste. Nos propósitos de correção a que sempre fomos fiéis. Não nos privemos das taquicardias, mas não deixemos que elas nos levem a perder a razão."